cachorros uivam uma sádica risada. lua não há. nem as estrelas. [nem órion e seu cinturão. nem touro. nem escorpião e seu ferrão.] as nuvens são densas. tão densas quanto poderia querer [ou não]. a chuva o conforta.
há quanto tempo, simplesmente não observava o mundo? há muito. ao longe, montanhas distantes parecem rugir. e aparecem como velhos encapuzados de longas barbas brancas. tão rápido quanto aparecem, somem. para aparecer outra vez, de modo igual e contínuo.
ao lado, boêmios gritam e se divertem. queria se divertir de modo igual. mas essa chuva, e tais relâmpagos não o deixam num estado muito bom pra uma partida de sinuca. toma um gole desse amargo uísque. [que mais parece chocolate amargo]
as lâmpadas dos postes iluminam de modo precário seu caminho, deixando as casas, tão toscas, tão tortas, parecendo sombras de monstros que povoam o mundo desde outrora. [e talvez fossem mesmo.] sua sombra o acompanha, como companheira, junto com o som dos pingos de chuva batendo no chão arenoso, os trovões ao longe, que ecoam de forma confortantemente assustadora. [e a leve falta de equilíbrio]
saudades das velhas risadas. saudades de tanta coisa. coisas que não soube aproveitar. coisas tantas. mas arrependimento é algo que não suporta. [mesmo que seja quase constante]
a dor de cabeça aumenta. mas não se importa. tão acostumado tá com tais que nem se dá ao trabalho de tomar nada. exceto o velho rum que tem ["para emergências", como diz]. da janela da sala sai um vento frio. daqueles que ele não suporta. mas hoje poderia passar.
o sangue na roupa. a adaga suja. e o rosto sorria.
poderia lembrar com clareza dos gritos. fez por mercer, não?
não. não fez. e sabia disso. por impulso.. não havia merecimento.
e voltara. e sabia que isso aconteceria. seus olhares se encontram. não há fuga.
sobre a mesa, um cervo abatido. seu sangue escorre pelo chão da sala.
lobos uivam à lua cheia posta no céu.
o céu tão claro quanto poderia querer [ou não].
e, antes do amanhecer, contempla órion e seu cinturão. [assim como escorpião e seu ferrão]
"silent night, moonlit night. nothing's changed, nothing is right"
há quanto tempo, simplesmente não observava o mundo? há muito. ao longe, montanhas distantes parecem rugir. e aparecem como velhos encapuzados de longas barbas brancas. tão rápido quanto aparecem, somem. para aparecer outra vez, de modo igual e contínuo.
ao lado, boêmios gritam e se divertem. queria se divertir de modo igual. mas essa chuva, e tais relâmpagos não o deixam num estado muito bom pra uma partida de sinuca. toma um gole desse amargo uísque. [que mais parece chocolate amargo]
as lâmpadas dos postes iluminam de modo precário seu caminho, deixando as casas, tão toscas, tão tortas, parecendo sombras de monstros que povoam o mundo desde outrora. [e talvez fossem mesmo.] sua sombra o acompanha, como companheira, junto com o som dos pingos de chuva batendo no chão arenoso, os trovões ao longe, que ecoam de forma confortantemente assustadora. [e a leve falta de equilíbrio]
saudades das velhas risadas. saudades de tanta coisa. coisas que não soube aproveitar. coisas tantas. mas arrependimento é algo que não suporta. [mesmo que seja quase constante]
a dor de cabeça aumenta. mas não se importa. tão acostumado tá com tais que nem se dá ao trabalho de tomar nada. exceto o velho rum que tem ["para emergências", como diz]. da janela da sala sai um vento frio. daqueles que ele não suporta. mas hoje poderia passar.
o sangue na roupa. a adaga suja. e o rosto sorria.
poderia lembrar com clareza dos gritos. fez por mercer, não?
não. não fez. e sabia disso. por impulso.. não havia merecimento.
e voltara. e sabia que isso aconteceria. seus olhares se encontram. não há fuga.
sobre a mesa, um cervo abatido. seu sangue escorre pelo chão da sala.
lobos uivam à lua cheia posta no céu.
o céu tão claro quanto poderia querer [ou não].
e, antes do amanhecer, contempla órion e seu cinturão. [assim como escorpião e seu ferrão]
"silent night, moonlit night. nothing's changed, nothing is right"

